Chorocrítica: Juntos e Enrolados é mais fofo do que engraçado
janeiro 13, 2022Cacau dos SantosNo último dia 10/1, eu tive a chance de assistir a pré-estreia da tão aguardada comédia nacional Juntos e Enrolados, que passou por uma odisseia até, finalmente, ser exibida nos cinemas de todo o país.
Pra quem não sabe ou pra quem não lembra, a produção nacional teve de atrasar o lançamento por conta da pandemia, fora que o início das gravações foram marcados por um infeliz episódio onde a atriz Cacau Protásio foi alvo de injuria racial e comentários gordofóbicos depois de gravar uma cena em um quartel do corpo de bombeiros no Rio de Janeiro, o que foi lamentável e gerou grande comoção. Mas passado todos os percalços, o longa dirigido por Eduardo Vaisman e Rodrigo Van der Put, enfim está entre nós.
A história: Após dois anos de união civil, o casal apaixonado Júlio (Rafael Portugal) e Daiana (Cacau Protásio), finalmente conseguem juntar dinheiro para realizar uma cerimônia religiosa e a tão sonhada festa de casamento. Mas bem no dia da celebração, ao ler uma mensagem no celular do marido, Daiana acredita que está sendo traída e decide terminar com tudo antes mesmo de subir ao altar. Para desespero de Júlio que tenta explicar o ocorrido mas sem estragar a surpresa que preparou para a lua-de-mel. O que não dá certo, claro. E é aí que a confusão toda começa já que Daiana decidi transformar o evento em uma Festa de Divórcio, e Júlio embarca na provocação.
Provocação essa que chega ser bobinha e não convence muito o público, mas a gente aceita porque já esperávamos por tal. Mas a verdade é que as cenas das tretas entre Júlio e Daiana não chegam a ser tão engraçadas, arrancam uma risada aqui e outra ali mas o que encanta mesmo são justamente os momentos românticos entre o casal. Isso se deve ao ótimo entrosamento entre Rafael Portugal e Cacau Protásio, chega a ser palpável a química entre os dois, o que faz com que a gente crie de cara um carinho pelos personagens.
E mesmo com algumas cenas forçadas, o filme conta com a carismática Evelyn Castro e o divertidíssimo Fábio de Luca (parças de Portugal no Porta dos Fundos), além das ótimas atuações de Leandro Ramos, Emanuelle Araújo e das participações de Fafy Siqueira, Berta Loran, Tony Tornado e Neusa Borges (que entra muda e sai calada, tô até agora tentando entender isso?). Aaah sim, e ainda tem um Marcos Pasquim bigodudo, meio bobo e completamente fascinado por Daiana. Um personagem que foge totalmente daqueles tipos sedutores que ator estava acostumado a interpretar.
Ainda que muito bem intencionado, Juntos e Enrolados não é assim uma Brastemp e acaba que ele entra na categoria a qual eu chamo de "Filme da Sessão da Tarde", ou seja, em breve vai passar na TV, num horário nobre, as pessoas vão ver, rir e seguir com suas vidas. Nada demais. Mas vale por ser o primeiro filme no qual Rafael Portugal é o protagonista, e também por mostrar uma Cacau Protásio dando vida a uma personagem forte e sensível ao mesmo tempo. E vale também por trazer a comédia nacional de volta as salas de cinema de todo o país, o público estava mesmo precisando disso.
E a mensagem final do filme também é muito boa: vale amar, perdoar, ser feliz e aceitar os defeitos do outro.
Merece quantas barrinhas de chocolate? 🍫🍫🍫
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