Foto: Cacau dos Santos (todos os direitos reservados)
1) Sobre fundo preto surgem, em letras brancas, sucessivamente, as seguintes frases:
AVISO: ...AAAAAH, vocês já sabem que aqui só tem zoeira!
(2) As frases desaparecem em fade e surge a primeira cena
No episódio
anterior:
- Aí não
amor, série chata pra caralho!
- Chata é
você, sua chata!
- Eu não
sou chata, só não acho que devemos ser obrigadas a ver tudo o que você quer.
- Aaah
Cacau, tá tudo uma droga! Eu e a Mallu não estámos dando certo morando juntas.
Eu jurava que as coisas iam ser diferentes mas a realidade tem sido bem pesada,
viu.
- Como é
que pode uma coisa dessas? Você entra na minha casa, bebe do meu álcool e tem a
petulância de me afrontar e ainda falar mal da minha comida?! DO MEU PUDIM
VEGANO! VAI TE TOMAR NO PUDIM, CARA!
- CHEGA! Já
chega dessa palhaçada! Que cena mais ridícula essa de vocês dois!
- O que é
que foi aquilo?
- Nem eu
sei ao certo o que foi. Só sei que foi bem do ridículo!
- Você quer
me dizer alguma coisa?
- Não. Você
quer?
- Ela tem
ciúmes de você, Camila. Ela sempre vai ter. Fato. Por isso é que eu não dou
trela, só vai fuder com nossa relação e eu não quero que isso aconteça.
-
Entendo...
- Deveria
fazer o mesmo, ignorar os ciúmes do Pedro. Uma hora eles vão entender nossas
birras e as loucuras da nossa amizade.
- ...é...
MÚSICA DE CENA:
5 de maio
de 2018
Starbucks
do Botafogo Praia Shopping
15h19 am
EPISÓDIO 7 – Red Velvet
Escrito por: Cacau dos Santos
- Eu fiquei
irada contigo. Irada num nível PUTA mesmo. Quando eu mais precisei de você, que
você me ajudasse não só me dando apoio moral mas também me oferecendo um
cantinho no seu apê, você tirou o seu da reta só pra não ter de morar comigo.
Mas se fosse o contrário eu não pensaria 2x e te receberia na minha casa de
braços abertos! Te ajudaria a se recuperar e a seguir com a sua vida. Era isso
o que eu queria em troca. Até o Chouri ofereceu a casa dele pra mim, daí
imagina como eu fiquei com o seu não? Mexida, claro! Era essa atitude
acolhedora que eu queria do meu namorado e não do meu ex-namorado.
- ...
- E a
partir daí o clima foi azedando entre nós e, pra piorar a situação, a Fabricia
e a Manu não param de brigar e eu não consigo ter 1 minuto de paz na casa nova.
Bom, eu tento ignorar as tretas das duas ouvindo ASMR mas você não sabe como é
complicado abstrair um conflito que está acontecendo ao seu redor.
- ...
- E por fim
foi aquela cena na social lá em casa... sim, aquilo foi patético, eu admito! E
sim, eu confesso que fiquei com um pouco de ciúmes ao ver o Chouri com a Ana
Júlia mas acredite em mim, Pedro, eu quero fazer as coisas entre nós dois darem
certo. Eu quero lutar por esse relacionamento. Eu esperei tanto pra viver esse
momento com você e eu sei que estou enfiando os pés pelas mãos mas eu também tô
tentando de tudo pra salvar nosso namoro. Mas eu não vou conseguir vencer isso
sozinha, eu preciso que você tente também.
- ...
- Você quer
isso, Pê? Quer tentar salvar a nossa relação?
- ...
- Você
gosta de mim mesmo?
- ... eu
gosto, Camila. Gosto muito. Mas não gosto de ser tratado como otário. E nem
enganado.
- Mas eu
não tô te enganando! - exclamo quase que com raiva
- Aaah
não?! - pergunta ironizando.
- Não! -
afirmo com vontade.
- Então
olha bem no fundo dos meus olhos e diz que você não gosta mais do Chouri!
- Ahh... -
e perco as palavras.
- Vai
Camila, nega isso bem na minha cara!
- Eu...
Aí que
merda. Que. MERDA!
- Eu...
ainda sinto alguma coisa, sim... - pronto falei.
- Eu sabia!
Eu sabia! - fala enquanto dá um murro forte na mesa da cafeteria.
E todo
mundo ao redor pára pra ver a cena. Aí que vergonha!
- Pedro
calma, por favor... - peço abaixando a cabeça.
- Bem que a
Ana Júlia falou que nós estávamos sendo cornos nessa história toda!
- Corno não
que nunca te traí! Pelo contrário, chifrei foi o Chouri com você, lá no Rock in
Rio no show da Lady Gaga sem a Lady Gaga. A você, acredite ou não, eu fui fiel.
- Em
atitude pode ser mas não em pensamento!
Touchée!
- Cê tava
me usando para esquecer esse babaca, né? Fala a verdade! - pergunta furioso.
- Eu nunca
te usei nessa história. E já disse, fiquei com você porque eu quis. Porque eu
gosto de você. Mas gosto dele também, confesso. Mais do que antes mas continuo
gostando de você primeiro. É com você que quero ficar, já falei várias vezes! E
eu tô aqui, admitindo isso e deixando bem claro que estou disposta a lutar por
nós dois mas não posso entrar nessa guerra sozinha. Por isso eu tô te
perguntando: Você gosta de mim, Pedro? Mesmo?! Você quer continuar comigo?
- Nesse
momento eu não sei se quero continuar com você, não.
Aí!
- Talvez
seja melhor a gente dar um tempo até as coisas se acalmarem, vai ser bom pra
poder colocar as ideias no lugar.
-
...certo... - digo enquanto engulo em seco o choro.
- Você me
entende, não é? - pergunta meio sem-graça.
- Entendo.
E você, me entende? - pergunto enquanto o encaro séria.
- Não faz
isso ser pior do que já está sendo, por favor - me pede já de coração partido.
- Tá e o
que é que você quer que eu diga? Que tá tudo bem? Que eu vou ficar bem e te
perdoou por estar sendo tão insensível? Aí sim eu ia estar mentindo bem na sua
cara. Porque nada tá bem e eu não vou ficar bem tão cedo e te perdoou por estar
sendo tão insensível e espero que um dia você me perdoe por essa confusão toda
mas, pelo menos, eu me empenhei pela nossa relação. Esperava o mesmo de você.
E quando
dou por mim as lágrimas já estão escorrendo pelo meu rosto. Droga, odeio essa
minha sensibilidade aguçada.
Depois
dessa Pedro fica calado, de braços cruzados e cabeça baixa. E é o silêncio mais
constrangedor e doloroso que pode haver.
Por fim eu
respiro fundo, enxugo minhas lágrimas, pego meu copo de café e me levanto.
- Eu nunca
quis te magoar, Pedro - digo já de pé - tão pouco te desrespeitar. Agora se me
dá licença, eu tô indo nessa.
E me viro
para ir embora, mas bem na hora em que estou saindo da cafeteria, eis que um
bolo inteirinho de Red Velvet chega e é colocado na prateleira. Paro, olho,
analiso a situação com cuidado e volto pra mesa.
- OK, eu
vou embora depois de comer uma fatia de bolo - explico à Pedro enquanto me
sento novamente.
OLHO PARA A
CÂMERA E FALO:
- Que é? Tô
triste mas continuo com fome!
LICOR DE CACAU
SEGUNDA TEMPORADA
MÚSICA DE ABERTURA:
EPISÓDIO 7 – Red Velvet
Escrito por: Cacau dos Santos
Vou dar uma
dica para vocês: Tá bem no meio de uma DR? Então sirva ao seu crush um pedaço
de bolo Red Velvet! Sério cara, que bolo milagroso! Graças a ele eu voltei,
sentei e continuei a conversa com Pedro e, adivinhem só? O clima desazedou
(existe essa palavra?)!
Na verdade
o bolo ajudou as coisas a fluirem e Pedro decidiu abrir o coração mas de uma
maneira sincera sem ser ríspida:
- Eu sempre
quis mandar esse tal de Chouri se foder!
OK, um
pouco ríspida.
- Cara
sonso do caralho! Vem com esse papinho de amigos de infância quando, na
verdade, o que ele queria mesmo era comer teu rabo. E conseguiu! E vai
conseguir de novo pois ele não te deixa!
- Bom, eu
sempre detestei a sua prima Marjorie “Estiano” - confesso - Ela nunca me
desceu! Ela gosta de você, sabia?
- E daí? Eu
não gosto dela! - afirma sem pestanejar.
- Mas vocês
já se pegaram que eu sei...
- ...lá
atrás e foi só uma vez...
-
...Pedro...
- ...uma e
meia.
- Uma e
meia?
- É, na
primeira vez rolou de tudo mas na segunda vez foi só sarrada no ar.
- Sei...
- A segunda
não valeu por completo.
E já na
segunda fatia de bolo:
- Eu nunca
imaginei que você fosse começar a namorar esse babaca assim que eu voltasse
para Juiz de Fora. Essa sua atitude me deixou putão mesmo. Sério, você fala de
sentimentos e tal mas imagina como eu fiquei quando soube que você tinha ido pra
cama com esse cara? Eu fiquei devastado!
- Brazil
I´m Devasted - brinco.
- Você me
julga por eu ter dado uma sarrada na minha prima mas quem começou com essa
putaria toda foi você! Vacilo, hein. Peidou na farofa.
- Sabe por
que eu fiquei com ele? Porque você começou a me destratar.
- Comecei a
te destratar porque você beijou esse traste!
- Eu não o
beijei, ele me beijou quando eu tava tendo uma onda.
- Uma onda
na casa dele.
- E qual o
problema de eu ter ido na casa dele?
- Aaah
peraê, né? Sabendo que ele queria te dar uns pegas, você foi até a casa do
cara, fumou um baseado, ficou doidona e achou mesmo que ele não ia se aproveitar
da situação? Só sendo muito ingênua, né Camila!
- Eu fui
até lá sem maldade alguma. Agora eu não posso controlar os desejos alheio, né?
Por favor!
- Mas você
poderia ter evitado tudo isso.
- Então tá
dizendo que a culpa foi minha?
- Foi meio
sua, sim!
- Nada a
ver, Pedro!
- Nada a
ver? Se fosse o contrário você pensaria EXATAMENTE isso!
- Tá bom,
talvez eu tenha dado sopa para o Chouri e ele aproveitou e meteu a colher. Mas
vale ressaltar que, até aquele momento, você não tinha assumido nenhum
compromisso comigo, o que me permitia me envolver com outras pessoas, se
quisesse.
- Então
você não pode me culpar por ter dado uma sarrada na minha prima, afinal não
tínhamos nada sério naquela ocasião.
Touchée
encore!
E na
terceira fatia de bolo:
- Eu pensei
em te trair. Pagar na mesma moeda. Ia te chifrar com a Ana Júlia. A ideia foi
dela, na verdade – confessa.
- Como é
que é?! - exclamo.
- É, foi
quando fomos embora juntos, fugidos daquela social dos infernos. Dividimos o
Uber e, no meio do caminho, ela sugeriu da gente se dar uns pegas pra sacanear
vocês dois. Até cogitei em aceitar a proposta e quase, quase mesmo, que fomos
para um Motel muquifo ali na Tijuca. Mas não rolou. Eu tava puto demais pra
fazer qualquer coisa naquele momento, puto até mesmo pra transar.
- ...olha
eu nunca te ouvi falar tanto "puto" numa conversa.
- Pra você
vê o grau de putice que atingi... e você, ficou com o Chouri aquela noite?
- Não! -
exclamo.
- Pensou em
ficar?
- Passou
pela minha cabeça mas não alimentei a ideia.
- E se
naquela noite ele tivesse te chamado para o crime, você teria ido?
- Não, eu
não estava com cabeça para aquilo, assim como você.
- Ótimo, um
chifre a menos.
- Para, eu
nunca te chifrei, já disse. Chifrei ele com você então você quem saiu no lucro!
E já nos
farelos do terceiro bolo:
- Eu não te
quero mais sendo amiga dele. Eu sei que não posso pedir a você que deixe de ser
amiga de alguém mas eu não te quero mais falando com esse sujeito. Me incomoda.
Me irrita! Me desrespeita até – afirma Pedro, se referindo a Chouri.
- Eu posso
diminuir a frequência com que falo com ele mas parar de falar, vai ser praticamente
impossível. Ele se enraizou no meu ciclo de amizades. Está em todos os
encontros, no grupo do WhatsApp, todo mundo gosta da presença dele. Eu também
gosto. Tirar o Chouri assim da minha vida não dá. Mas posso parar de lhe dar
tanta atenção.
- Já é
alguma coisa.
- Então...
isso é uma volta?
- Isso é um
"vamos tentar mais uma vez mas com regras e restrições", se não der
certo então...
- ...então
vai ser isso.
- ...vai
ser isso.
- Acho
justo.
- Também
acho... esse bolo é mesmo muito bom!
- Eu falei,
não falei?!
A conta: R$
114.
Ki Pariu!
Mas valeu cada centavo. Pagamos tudo, selamos a paz e a união com um um beijo e
saímos da cafeteria de braços dados e corações unidos e dispostos a fazer essa
parada dar certo.
- Pê... - o
chamo bem baixinho.
- Quê?
- ...ainda
tô com fome. Bora voltar e pedir um Muffin de queijo?!
- Mel Deos
o quê é que você tem no lugar do estômago? Uma lombriga?!
E mais
tarde, já em casa...
Ganha um
doce quem adivinhar o que Fabricia e Mallu estavam fazendo durante a minha
ausência?... Claro, brigando! Chego no final da discussão e sinto o clima tenso
e pesado no ar, mas disfarço/relevo pois estou tão feliz por ter me entendido
com o Pedro que não quero que esse sentimento seja estragado por nada! Nem por
briga dos outros. Desculpa aí mas hoje eu tô egoísta mesmo.
- Oi gente!
- digo animada, enquanto entro em casa.
- Oi Cacau
- responde Fabricia mega séria e se levantando do sofá.
- Oi... -
responde Mallu com uma voz de choro e abaixando a cabeça, afim de conter as
lágrimas.
- Vou na
padaria e já volto - fala Fabricia bem ríspida.
- Vai fazer
o que lá? - pergunta Mallu, surpresa.
- O quê que
você acha? Vou ver um filme, né. Que pergunta mais estúpida! Claro que vou
comprar pão!
- Aí
grossa! Só perguntei porque se fosse pra comprar a droga do seu peito de peru
que você tanto ama comer de manhã, ia dizer que ainda tem na gaveta da
geladeira!
- Eu sei
que tem a "droga do meu peito de peru" mas não tem a porcaria do seu
pão de forma e tô indo lá justamente pra comprar isso. Francamente, viu...
OLHO PARA A
CÂMERA E FALO:
- Cadê o
Departamento do Vai Dar Merda?
E soltando
fogo pelas ventas, Fabricia sai de casa batendo a porta com gosto (pra não
dizer ira), deixando pra trás uma Mallu devastada.
- Tá vendo
isso, Cacau? Tá vendo IÇÚ?! Qual a necessidade de tamanha grosseira?! Eu não tô
mais aguentando esse comportamento da Fabricia! - desabafa já aos prantos.
- Calma
Mallu, por favor - digo enquanto me sento ao seu lado e lhe ofereço um abraço
quente e de mãe.
- Quer
saber por que ela tá puta desse jeito hoje? - me pergunta.
- Quero, o
que houve dessa vez?
- Ela tá
puta assim por causa de uma coisa tão sem noção mas tão sem noção que chega a dar dor de cabeça!
- Tá, e que
coisa é essa? - pergunto já curiosa.
- Tá assim só por causa de uma notificação no
meu Facebook. Uma lembrança de 5 anos atrás com o Arthuzinho. AAAAH PELAMOR,
NÉ!
-
...Arthuzinho?! - estranho.
- É, meu
ex.
- Aaah tá,
o Arthuzinho... não sei quem é, não.
- Hahaha,
só você pra me fazer rir agora.
- Bom, que bom
que meu senso de humor ajuda em algo.
Ela então
enxuga as lágrimas e começa a me contar sobre o tal Arthuzinho:
- O
Arthuzinho, a gente se conhece desde sempre. Ele é filho de uma grande amiga da
minha mãe, então era óbvio que um dia, assim que a gente ficasse mais velhos, que
íamos namorar. E namoramos. Perdi minha virgindade com ele até mas eu nunca
curti os homens. Bom, pelo menos não curtia o sexo com o Arthuzinho. Ele era
pauzudo demais.
- ... é o
que?
Eu ouvi
direito?
- Ele era
pauzudo demais – ela repete.
- HEIN?!
- Pauzudo demais! - afirma já rindo.
-
OOOOOOOOOOI?!
- Hahahaha,
pauzudo, Cacau! PAU-ZU-DO! Pau grande mesmo! Enorme! Parecia o rabo do Godzilla
que mau cabia dentro das calças!
-
WHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAT?!!
- Hahahaha,
pois é! Arthuzinho tem um pênis enorme e me machucava e eu curtia zero o sexo!
Era horrível sentar naquela jambrolha! Mas não foi nem por causa disso que
virei lésbica. Ou melhor, não se vira gay nessa vida, se nasce assim. Mas como
o sexo entre nós era uma desgrama por conta do tamanho daquele pau, decidi
fazer um teste indo pra cama com outro cara e foi a mesma frustração. Foi aí
que eu me dei conta que o problema nunca foi o tamanho do pênis do Arthur, era
que eu não gostava de pênis nenhum mesmo!
Eu em sequência:
- Terminei
com o Arthur quando percebi minha real orientação sexual e ele levou de boa.
Seguimos amigos, mantemos contato até hoje e eis que o Facebook me notificou de
uma lembraça muito fofa que ele acabou compartilhando em sua linha do tempo.
Fui, comentei e pra quê... PRA QUÊ?! Fabricia ficou doida de ciúmes quando viu!
Virada no Jiraya! Ela acha que eu quero dar pra ele de novo! Tentar virar
bissexual e começou uma discussão sem sentido algum. Que raiva, cara! Tô farta
dessas insanidades dela! Desde que a gente veio morar juntas que ela anda vendo
cabelo em ovo, sabe? Tá um porre essa agressividade gratuita e eu juro que
estou fazendo de um tudo para relevar mas não tá dando certo, não, Cacau.
Ok... OK...
respira fundo, Camila. Respira fundo e meça suas palavras pois essa é uma
situação delicada.
- Mallu meu
anjo... tá mesmo um cu essa situação.
CAMILA EU
DISSE PRA VOCÊ MEDIR AS PALAVRAS!
Cérebro,
não enche meu saco agora e deixa o coração falar por nós.
- Não sei o
que deu em vocês que estão brigando direto faz 2 capítulos. Daqui a pouco eu
perco leitores e isso aqui precisa fazer sucesso pra ganhar uma adaptação no
Netflix!
- É o quê,
Cacau?!
- Mallu o
que quero dizer é: vocês precisam parar com isso. Agora! Ou param ou terminam! Mas
do jeito que tá não dá pra seguir, não! Você quer terminar com a Fabricia?
- Não! Não
quero! Eu a amo demais! Pode não parecer mas a amo mesmo!
- Então
vamô parar com essa merda, caralho! Brigar por pão? Por xampu? Por Arthuzinho
Pauzudo?... Aliás desculpa mas o apelido já pegou, Arthuzinho Pauzudo.
- Hahahaha,
tudo bem! Só não fala isso na frente da Fabricia, por favor!
- Jamais!
Pra ela ficar mais puta do que já tá? A piada se mantém só entre nós. Mas
enfim, sério Mallu, casar não é fácil. Viver com a pessoa amada tão pouco. O
ser humano não é um bicho bom de se ter por perto 24 horas, por isso troco a
companhia de muitos humanos pela a da Cake. Ela sim me ama na medida, me
entende e não me enche o saco.
E isso é
verdade, TE AMO, CAKE!
- Mas se você
quer continuar com a Fabricia, terá de ter mais paciência com essas explosões
emocionais dela e não cair na sua teia senão já era! Para de alimentar essas
discussões mas também não a deixe pisar em você, te destratar. Cadê o amor
próprio, criatura?!
- E outra,
vocês precisam ter uma conversa muito séria. Eu disse conversa e não briga! Pra
colocarem todas as cartas na mesa e uma mostrar pra outra o que a incomoda e
resolver todas essas questões de uma vez por todas para, aí sim, seguirem em
frente de maneira bonita e saudável. Nem só de amor vive um casamento,
relacionamento é esforço e entrega total e diária, mas é também carinho,
respeito e dedicação. Saiba o que quer, decida seu caminho e persista sim, até
a balança do romance chegar à estabilidade. Agora se mesmo assim a parceria não
conseguir mais oferecer aquilo o que ambas buscam uma na outra, então é porque
a relação já não existe mais.
- Nossa
Cacau, que profundo!
- Gostou? Li no Casal Sem Vergonha. Agora
levanta essa cabeça princesa, ajeita a coroa na cabeça e chame sua rainha para
comer um bolo de Red Velvet no Starbucks que a conversa entre vocês vai fluir
que é uma beleza!
- Hein?!
- Vai por
mim, esse bolo é uma ótima terapia de casal ;)
Nossa,
quanto jabá numa única cena. Espero parcerias no futuro!
E Mallu
seguiu meus conselhos e conversou mesmo com a Fabricia... no Starbucks de
Botafogo! E adivinhem o que elas pediram? Red Velvet, claro! E assim como foi
comigo e com o Pedro, a conversa entre elas super fluiu de maneira sensata e
terminou com as duas se entendendo. GLÓRIA A DEUX \o/
E o clima
lá em casa ficou bem melhor depois disso. Na verdade as coisas estão indo muito
bem tanto entre elas como entre eu e o Pedro. Estou fazendo o que ele me pediu
e mantendo menos contato com o Chouri. Não rompi amizade nem nada mas parei com
os assuntos diários. E sabe que foi bom esse afastamento pois até o Chouri está
indo bem com a Ana Júlia. Agora eles estão tão carne e unha alma gêmea bate o
coração... amando essa good vibes do
amor que pairou sobre o meu grupo. Que siga assim até 2022. E #elenão #eleNUNCA!
9 de junho
de 2018
Loja
C&A do Shopping Tijuca
4h43 pm
Sim, tá
chegando o Dia dos Namorados! É nessa próxima terça-feira e pra celebrar a
data, as meninas vão passar a noite numa suíte linda, alugada pela Fabricia no
AirBNB. E com a casa "livre", chamei o Pedro para um jantar a luz de
velas e ele amou a ideia! Então, com tudo devidamente organizado, eu e a Mallu
fomos juntas comprar o presente para os nossos respectivos crushes.
- O que
acha desse vestido? - pergunta Mallu me mostrando a peça.
- ...Uuuh...
não sei... neon demais, não acho que é o estilo da Fabricia, tá mais para o
seu.
- É, tem
razão. É mais a minha cara, mesmo. Aí que difícil escolher uma roupa para outra
pessoa, acho que vou comprar um Vale Presente que não tem erro!
- Aaaah não
Mallu, aí perde o encanto da coisa. O legal é a gente comprar uma peça que sabe
que a outra pessoa vai gostar pois mostra que você a conhece por completo.
- Aí mas a
Fabricia é tão chata pra essas coisas. Tem um estilo muito peculiar. Tô com
medo de errar na escolha... acho que ao invés de roupa vou comprar uma bolsa.
Uma de praia. Dia desses ela tava falando de uma bolsa de palha que viu numa
conta do instagram. Uma personalizada.
- Não era
bolsa, era chapéu. Chapéu de palha com o nome escrito - corrigo.
- Isso!
Chapéu! Será que tem aqui? Mas se tiver não deve ter com nome.
- É só
customizar, com barbante grosso e pistola de cola quente. Eu faço pra você, é facín!
- Jura
Cacau? Aí super agradeço pois eu sou zero habilidosa nessas coisas DIY. Vou ali
na sessão de praia ver se tem esse modelo de chapéu e já volto.
E o gatinho
ainda tá com a língua de fora! Amei! AMEI! E esse azul é lindo... é tão fun... já tô vendo a cara do Pedro ao ver
isso, vai ri alto e entender o propósito da zoeira!... É isso, vou comprar!
E a compro.
Peço para embrulhar para presente e saio da loja feliz da vida, com a sensação
de dever cumprido. Só vem logo, dia 12 \o/
12 de junho
de 2018
Nossa casa
fofa na Rua Cardoso Júnior
E eis que o
dia 12 chega. E faço tudo conforme o planejado:
- Chego
cedo em casa;
- Preparo a
janta (sopa de abóbora com croutons);
- Compro a
sobremesa (creme de pitaya com raspas de coco);
- Coloco o
vinho pra gelar;
- Arrumo
tudo;
- Me
arrumo;
- Espero o
boy chegar pra comer a janta e ele!
MÚSICA DE CENA:
8h38 pm
A campainha
toca e vou correndo, toda animada, para atender. E assim que abro a porta me
deparo com um Pedro lindo, perfumado, mas com uma carinha de poucos amigos que
eu vou te contar, viu...
- Oi amor!
- digo toda sorridente enquanto me jogo em seus braços e lhe roubo um beijo.
- Oi linda.
Tudo bem? - pergunta com uma voz jurubel.
- Tudo! E
com você? Tá com uma carinha... aconteceu alguma coisa?
-
Aconteceu... perdemos um cliente muito importante hoje e com isso fui obrigado
e demitir duas pessoas da minha equipe. Que merda, viu. Sem a verba total não
dava para mantê-los trabalhando pra gente.
- Puxa Pê,
que coisa chata...
- Nem me
fala... foda que um deles vai ser pai agora. O bebê nasce no final de agosto,
cê acredita? Tô me sentindo mesmo muito mal por ter feito isso mas não tive
saída.
- Aaah Pê,
não fica chateado... olha, eu preparei uma noite tão especial para nós dois.
- Tô vendo,
adorei a decoração. Esse monte de velas acessas e espalhadas pela casa, curti -
diz enquanto vai em direção a mesa que está no meio da sala, cercada de pétalas
de rosa - Isso tudo é pra mim?
- E pra
quem mais seria?! - digo num leve tom de deboche.
- E esse
cheiro bom vindo da cozinha?
- Aaah você
vai amar o nosso jantar! Preparei algo que eu sei que você gosta!
- Sério! O
que?! - pergunta já se animando.
- Sopa de
Abóbora! - respondo euforica, chegando a dar um pulinho.
- Sopa?! -
exclama surpreso.
- É, sopa.
De abóbora. Igual a que você tomou em Buenos Aires. Lembra quando a gente tava
falando sobre a Argentina e você disse que foi lá que você conheceu e se
apaixonou por sopa de abóbora e a acha a melhor do mundo.
- Sim, eu
adoro sopa de abóbora mas...
- ...mas o
que?! - pergunto cruzando os braços e já intrigada com a indignação.
-... mas é
que eu pensei que a gente fosse comer algo mais substancial, como um lombo ou
um peixinho ou até mesmo aquela carninha moída que você faz, carregada no
extrato de tomate Heinz!
- Carninha
moída?! - digo abasbaquada - Você queria comer carne moída no nosso jantar de
Dia dos Namorados?!
- E qual o
problema? Tua carne é top, amor! Fora que eu tive um dia pesado, tô varado de
fome e não tava esperando tomar sopa hoje, não!
- Eu não tô
acreditando nisso... eu NÃO TÔ acreditando! Eu preparo a sopa com todo amor do
mundo e você me quer carne moída! Só pode ser piada...
E frustrada eu fico com aquele desejo de Pedro.
Mas respiro fundo, faço o mantra do Oudri Kanda Larrai e sugiro de pedirmos
algo no iFood. Mas ele desconversa:
- Amor, tá
beleza, a gente toma a sopa mesmo. Não tem problema. Chegando em casa eu vejo
alguma outra coisa pra beliscar.
- "Chegando
em casa"? Como assim "chegando em casa"? Você não vai dormir
aqui? - estranho.
- Bom eu ia
mas amanhã eu vou ter de acordar super cedo pra resolver essas questões de
trabalho e com dois a menos na equipe vai ser um dia puxado. Então tava
pensando em, depois do jantar, ir pra casa descansar e me preparar para o
trampo.
- Mas
Pedro, você pode dormir aqui!
- Camila
não me leve a mal mas se eu ficar a última coisa que vamos fazer vai ser dormir
que eu sei. Por isso, pra evitar o desgaste físico, melhor eu ir pra minha casa
mesmo. Mas olha, te compenso no final de semana. A gente pode ir sabe pra onde?
Pra Teresópolis. Meu primo Léo disse que alugou um quartinho numa pousada show
por lá e a gente pode passar sábado e domingo por aqueles lados. O que acha?
- ...Aaah...
Pê... tudo bem... - concordo meio que sem emoção.
- Perfeito.
Fechou final de semana em Terê. Vai ser ótimo pra apagar essa semana que já
está sendo bem ruim! E o tempo também não ajuda, anda bem escroto.
- Tá
achando? Pra mim tá tão parisiense - ironizo.
- HAHA, só
você mesma! Bom, vou no banheiro rapidinho e você vai colocando a mesa,
beleza?! - pede me dando um beijo na bochecha.
OLHO PARA A
CÂMERA E FALO:
- Que
porra! Preparo tudo para esse homem e ele desdenha da minha sopa, não vai
passar a noite comigo e ainda quer me levar pra passar o final de semana num
quartinho em Teresópolis! Vai tomar na peida, vai...
Mesa posta.
Nos sentamos e começamos a nos servir da sopa de abóbora.
- Quer
croutons? - pergunto lhe mostrando uma vasilha repleta de croutons.
- Quero
sim, dá aí. Vai dar sustância nisso aqui! - aceita, pegando a vasilha da minha
mão e enchendo a sopa de torradinhas.
MEREÇO!
- Nossa Pê,
que fome, hein! Mas guarda espaço pra sobremesa - brinco.
-
Sobremesa? Opa, o que é?
- Creme de
Pitaya.
- ... Creme
de que?
- Creme de
Pitaya, com raspas de coco.
- E o que é
isso?
- Pitaya é
tipo açaí, só que rosa e mais docinho.
- Uuuh...
legal - responde meio que sem interesse.
- Que foi?
Não esperava pitaya também? Vai dizer que queria sorvete napolitano?!
- E qual o
problema de sorvete napolitano? Eu adoro sorvete napolitano! - se defende.
- Não há
nada de errado com sorvete napolitano, eu também adoro essa joça só que quis
fazer algo diferente e especial e você só tá sabendo desvalorizar.
- Não tô
desvalorizando seu jantar.
- Tá sim!
- Não tô,
amor! Tanto que a sopa está uma delícia! Você caprichou! E tenho certeza de que
esse creme feito por você também deve estar ótimo.
- Eu
comprei o creme! - afirmo já furiosa.
- Pois eu
tenho certeza que você comprou o melhor creme do supermercado!
- E comprei
mesmo! O MELHOR! Frooty, apaixonados por frutas há mais de 20 anos. Frooty.
Simplesmente sinta.
Gente as
propagantas tão pesadas nesse episódio. Quero cachê pelas divulgações!
- Pronto,
então vamos comer creme de pitaya que bate sorvete napolitano! - fala
brincando.
- Acho bom
comer mesmo, comer tudo e sem mais reclamação! - digo ainda furiosa.
- Mas eu
não estou reclamando! – reafirma.
- Tá sim! -
reafirmo tentando segurar o choro.
- Num tô! -
responde ainda num tom de brincadeira.
- Sim, você
está! – digo num tom puta mesmo.
- Já disse
que não tô! - afirma já perdendo a paciência.
- TÁ SIM!
- TÔ NÃO,
CARAÍ!
- EU QUERO
UM EMPREGO!
- VOCÊ NÃO
TEM EXPERIÊNCIA!
- MAS EU
PRECISO TRABALHAR PRA TER EXPERIÊNCIA!
- ENTÃO
TRABALHE!
- É POR
ISSO QUE EU ESTOU AQUI!
- PRECISA
TER EXPERIÊNCIA!
- COMO EU
VOU CONSEGUIR EXPERIÊNCIA SEM TRABALHAR?
- VÁ
TRABALHAR!
- Ok
Camila, o assunto entrou por um meme o qual eu nem sei ao certo como foi parar
lá mas vamos acalmar os ânimos, por favor! - pede Pedre respirando fundo e se
recompondo.
- Você tem
razão - concordo também respirando fundo e ajeitando o cabelinho - …que tal
comermos a pitaya agora?
Ok, Ok,
sopa de abóbora tomada com sucesso e creme de pitaya saboreado sem mais birras.
Agora vamos para a melhor parte da noite: a troca de presentes!
AEEEEH \o/
- Aqui
Camila, eu espero que você goste - diz Pê enquanto me entrega uma sacola
branca.
E dentro da
sacola, há uma caixa amarela, enorme! Com a marca da Moleca estampada na tampa.
É um sapato, já sei disso. Mas qual modelo de sapato?
A abro com
cuidado e...:
- Pê... uma bota branca!
- É, daquela marca que você adora! Eu sei porque tem um monte de sapatos dela lá no seu sapateiro que eu vi. E a vendedora disse que esse modelo tá saindo muito, que é moda e você adora essas coisas novas. E aí, gostou?
- Aaah... HAHAHA!
SEM OR! Hebe vem me buscar agora, por favor! Essa bota parece bota da Paquita da Xuxa!
Não, mil
vezes não! E esse modelo de sapato é super complexo de combinar, não há nada no
meu guarda-roupa que orne com essa coisa! E ele ainda confundiu as marcas, eu
gosto de sapatos da Melissa e não da Moleca! Bom, nada contra Moleca mas é que
essa bota não estava nos meus planos de presente de Dia dos Namorados.
Mas não
posso magoar o Pê, a cara dele de "acertei na escolha, né?" chega a
dar dó. Boto meu modo Meryl Streep em ação e faço a atriz e interpreto a melhor
namorada satizfeita de todas as séries:
- Aaah Pê,
eu amei! Que bota "már lindra"! Era uma dessas que eu tava paquerando
faz tempo! HAHAHAHA!
- Beleza!
Eu sabia que você ia gostar! Agora cadê meu presente?
- Aqui
chuchu...
E lhe
entrego a sacola da C&A toda empolgada. Mas assim que Pedro tira a camisa
de dentro do embrulho...:
- ... Ah...
A expressão
de WTF é nítida. E a decepção é palpável até!
- É, eu tô
vendo que é uma camisa com estampa de gatinho com a língua de fora, mas...
- ...mas?
- ...mas em
qual ocasião você acha que eu vou usar isso?
- Como
assim "em qual ocasião"? Na ocasião que você quiser usar, oras!
- Tá mas
você sabe que no dia-a-dia não rola. A diretoria do escritório é muito exigente
com relação as roupas dos funcionários e pedem que usemos peças extremamente
formais e isso não é nada formal! - afirma erguendo a camisa.
- Tá Pê mas
você não vive só no seu trabalho. Pode usar nos seus dias de folga!
- Tá mas...
- ...Mas o
que, Pedro?! - pergunto já perdendo a paciência.
- Mas isso
não faz meu estilo, Camila!
- Poderia,
pelo menos, experimentar pra vê se gosta.
- Não gosto
e não preciso experimentar pra ter certeza disso.
Filho da
mãe! Eu detestei a bota mas não falei nada para não ferir seus sentimentos. Já
ele não pensou duas vezes ao esculachar a blusa que comprei. Que vacilo!
- Quer
saber, eu guardei a nota. Vou te dar e você pode ir até a loja trocar por algo
mais "formal", o que acha? - sugiro num tom bem puta.
- Acho uma
ótima ideia! - responde rispidamente.
- Aliás, tá
ficando tarde. Melhor você ir, amanhã vai ter de acordar cedo para cuidar de
suas questões no escritório e precisa estar disposto, não é mesmo?
- Tem toda
razão. Melhor eu ir agora - concorda.
E sem mais,
me levanto, vou até meu quarto, pego a nota da blusa, volto para a sala, a
entrego a Pedro que a pega e a guarda no bolso da calça.
- Obrigado
pela janta, estava tudo ótimo - fala sério.
- Disponha.
Que bom que gostou - digo séria também.
E sem um
beijo ou um abraço ou, até mesmo, um aperto de mão, nos despedimos e ele vai
embora.
Definitivamente
nada saiu como o esperado e esse foi, de longe, um dos piores janteres de Dia
dos Namorados de todos os tempos! Mas não vou chorar. Me recuso a chorar!
Apenas pego o resto de pitaya na geladeira e a devoro em 3 colheradas enquanto
assisto a um filme bem imbecil no Netflix. Que se foda tudo também, viu.
14 de junho
de 2018
GRUPO MEAN
GIRLS NO WHATSAPP
Johnny:
Seguinte, 19 não é 20 e sim, eu decidi em cima da hora comemorar meu
aniversário esse sábado lá no Bar Bukowski. É caro pra caralhow? É caro pra
caralhow! Mas vale cada centavo e a primeira rodada de chopp é por minha conta
e é meu aniversário e estou no meu direito de fazer chantagem emocional com
todos vcs! E aí, quem VAMOS?
Mallu: Eu
vou!
Fabricia:
I´m in!
Eu: o/
Antônio/Chouri:
Missão dada é missão cumprida.
MÚSICA DE CENA:
Quer saber? Que se dane! Vou no aniversário do Johnny com os meus amigos e sim, isso inclui o Chouri. E não, eu não chamei o Pedro. Não falei nada pra ele, até. Quer mais? Ainda vou sair com a droga da bota branca só pra ser afrontosa, hoje eu quero mais é causar e fazer a falsiane e bora logo pra cena dessa festa!
16 de junho
de 2018
Bar
Bukowski, Botafogo
10h29 pm
- Um brinde
a você, Johnny Bandeira, sobrinho distante do Antonio Banderas (não me canso
dessa piada!), por mais 1 ano de vida e que venham muitos, muitos outros! Amém!
Te amo, caralho! – digo enquanto erguo meu drink.
- Um
brinde!! – cumprimentam Mallu e Fabricia.
- Obrigado
meninas, eu amo todax voxês Glória a Deux!
Cabo Daciolo, esse sim é mito!
E brinde
feito, entornamos nossas bebidas ao mesmo tempo.
- Cara que
saudade que eu tava de encher a cara com vocês! – digo euforica com aquele
momento.
- Eu também
tava com saudade pra cacete dessa vida loka que só a gente sabe levar. Na
moral, não sei o que seria de mim sem vocês, não! – afirma Johnny já
lacrimejando.
- Aaah
para, senão eu me emociono, desgrama! – digo já suando pelos olhos. Odeio essa
transpiração ocular (para nunca usar o termo “choro”).
E o amor
fala mais alto e nós 4 nos damos um big mega abraço de urso! ESTAMOS MUITO FELIZES MESMO, CARA!
Que
momento, senhores. Que momento! E quando olho para o lado, quem eu avisto? Ele,
claro, Chouri! Só que… OU MAI LORDI… não, não pode ser verdade… meus olhos não
estão vendo o que eles estão vendo!
- CHOURI!!!
– e geral fica feliz com sua chegada.
- … Chouri…
essa camisa… - pergunto abasbaquada e apontando para a sua vestimenta.
- Legal,
né? Ana Júlia comprou pra mim de presente de Dia dos Namorados. Ela disse que
ia me fazer rir.
Sim meu povo,
Chouri está vestindo A MESMA CAMISA AZUL CLARO DE MANGA CURTA COM ESTAMPA DE GATINHO que
compreo para Pedro!
OLHO PARA A
CÂMERA E FALO:
- Vejam só,
é nessas horas que você entende o significado da palavra paradoxo!
- E essa
bota branca aí, hein Camila? Qual foi, tá fazendo cosplay da Paquita? –
pergunta Chouri debochando.
- Chouri…
na moral… você não sabe a saudade que eu tava de você!
E só me resta
pular em cima desse sujeito e lhe dar um abraço repleto de carinho e devoção.
Num posso com uma coisa dessas!
E quando eu
dou por mim já estou dançando enlouquecidamente com ele na pista do segundo
andar do Bar Bukowski.
Que delícia
isso!
Começa a
tocar Neon Trees e a gente se acaba!
MÚSICA DE CENA:
E é nesse momento que eu esqueço quem sou, de onde eu vim, pra onde eu vou, como me alimento, como me reproduzo, como sobrevivo, hoje no Globo Repóter!
Só quero saber de dançar! E Chouri também! Então dançamos juntos, a dança maluca, claro. Porque somos desses!
- Aaah
gente… que droga foi essa que eles usam? – pergunta Mallu a Fabricia e a Johnny
ao nos ver completamente insanos na pista.
- Eu não
sei só sei que quero 2 compridos! – afirma Johnny doido pra sentir essa vibe.
FODA-SE ME
DEIXA SER QUEM EU SOU!
…se levanta e me puxa
pela cintura e, rapidamente me joga pra trás e depois me puxa de volta!
E antes que
eu possa ter qualquer reação com aquele passo de dança, os nossos olhares se
cruzam e, de repente, o mundo ao nosso redor fica em silêncio.
Sinto
meu corpo estremecer, os lábios ficarem secos, o coração bater mais forte e o
pior de tudo… SINTO O CU PISCAR!
E quando o
cu pisca você só tem duas opções:
#1 Dar o
cu;
#2 Sair
fugido(a) antes de cair na tentação e dar o cu.
Decidi pela
segunda opção.
Me afasto
de Chouri com um empurrão e saio correndo da pista, o deixando sozinho e sem entender
nada?! Afinal estávamos de boa, curtindo e, do nada, eu fujo!
Sim, fugi o
mais rápido que pude para fora do bar, e antes que ele viesse atrás de mim eu
já estava dentro de um táxi, implorando ao motorista para me tirar o mais
rápido possível daquele lugar! Ele obedeceu e arrancou o carro como se
estivesse numa cena de Velozes e Furiosos! Quanta adrenalina em tão poucos
minutos!
Chego em
casa toda me tremendo de desespero! Cake fica eufórica ao me ver e pula em meus
braços como quem diz “ME AME, HUMANA!”. A agarro com força, lhe dou um mega
abraço e fico ali naquele momento até minha tremedeira passar.
- … é, é
isso. A quem estou enganando? Ninguém né, só a mim mesma. Mas chegou a hora de
resolver isso de uma vez por todas – digo a Cake, como se ela se importasse.
PENSAMENTO
DE CAKE:
- É, não me
importo. Mas te amo assim mesmo, humana.
17 de junho
de 2018
Nossa casa
fofa na Rua Cardoso Júnior
Naquela
manhã de domingo eu mandei um WhatsApp para Pedro, perguntando se ele poderia se
encontrar comigo no Starbucks do Botafogo Praia Shopping às 16h? Ele diz que
sim.
E às 16h lá
está Pedro, entrando na cafeteria, quando me avista já sentada numa das mesas,
o esperando com 2 (duas) fatias de bolo Red Velvet.
Ele me
cumprimenta com um beijo na bochecha e depois se senta em uma das cadeiras
livres.
Pedro
pergunta como estou e se está tudo bem e, sem rodeios, eu vou direto ao
assunto:
- Pedro… acabou.
Definitivamente
esse bolo ajuda você dizer qualquer verdade.
MÚSICA DE ENCERRAMENTO DESSE EPISÓDIO:
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